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Estudos de Gênero - Materiais de referência

Diferenças e Conceitos de Gênero.



 Sexo biológico/ Identidade de Gênero/ Expressão de Gênero/ Orientação Sexual


Sexo biológico [ou simplesmente gênero]: corresponde aos traços biológicos com os quais os indivíduos nascem, a genitália distintas de macho e fêmea. Este compõe, socialmente, o fundamento para julgar tudo aquilo que deriva dos comportamentos, afetividades, moral, ética, leis, política, enfim, todo emaranhado de valorações e controle social dos corpos dos indivíduos. Logo é preciso saber que essa divisão binária não contém a verdade cabal acerca de todas essas coisas. Ela é mais uma construção social (tema a ser debatido com mais calma, pensando em como historicamente essa construção se deu).


A partir do sexo com o qual o indivíduo nasceu a sociedade, ou os diversos grupos sociais, estabelecem expectativas, regras e códigos aos quais os indivíduos tem de corresponder, caso contrário sofrerão sanções.


A Identidade de gênero: A identidade de gênero é uma percepção íntima e particular da sexualidade do indivíduo construída por ele mesmo por meio de suas experiências e trajetórias pessoais.

Não há um consenso científico que determine como as identidades de gênero são formadas. A hipótese mais coerente é a de que ela é formada por uma dialética entre elementos biológicos, culturais (ou sociais) e psicológicos.

         As contribuições das ciências sociais para o campo de estudos sobre gênero (embora não se faça isolada) tem demonstrado que as identidades de gênero são resultados da experiência subjetiva de uma pessoa a respeito de si mesma e das relações dessa pessoa com os outros gêneros de seu espaço social.

Expressão de Gênero [ou performance de gênero]: é o conjunto de vestimentas, acessórios, modificações corporais (tatuagens, piercings), maquiagens, estilos de cabelo, depilação ou não, e comportamentos (modos de agir, modos de falar) por quais uma pessoa exterioriza a sua identidade de gênero.

Embora a sociedade e o mercado generifiquem os objetos em feminino e masculino como "coisa de mulher ou coisa de homem", na verdade, as coisas (por si sós) não têm gênero. Quando você veste uma roupa, aquela roupa passa a ter o SEU gênero, porque é VOCÊ que a está usando.

Enfim, não é a expressão de uma pessoa que define se ela é de tal gênero ou outro. O que define isso é a própria pessoa!

A expressão ou performance de gênero não precisa necessariamente se alinhar à identidade de gênero, isto é, você pode ser de um determinado gênero e ter uma expressão de outro gênero. Por exemplo: uma mulher (gênero feminino) que se veste e se comporta de maneira masculina (e essa maneira masculina se refere ao que esta mulher define como sendo masculino para ela).

Orientação sexual: A orientação sexual de uma pessoa indica por quais gêneros ela sente-se atraída, seja física, romântica e/ou emocionalmente. Ela pode ser assexual (nenhuma - ou raros, ou específicos momentos de - atração sexual), bissexual (atração por mais de um gênero - ou, por dois gêneros e outros gêneros), heterossexual (atração pelo gênero oposto), homossexual (atração pelo mesmo gênero) ou pansexual (atração por todos os gêneros).

Orientação sexual e gênero "podem se comunicar, mas um aspecto não necessariamente depende ou decorre do outro. Pessoas transgênero são como as cisgênero, podem ter qualquer orientação sexual: nem todo homem e mulher é cisgênero e/ou heterossexual. 


Algumas fontes e comentários sobre estes conceitos:

Daniela Andrade explica as diferenças entre os conceitos:



Aqui um documentário sobre Crianças e suas dificuldades sociais em serem aceitas por suas Identidades de Gênero:





Abaixo um link de uma Wiki sobre Gênero (de onde retirei partes do texto acima):






Intersexualidade


Alice Dreger: A anatomia é destino?

Interessante palestra da médica e historiadora Alice Dreger sobre pessoas intersexuais. Suas observações coloca em questão nossa percepção para compreender a linha que divide os sexos masculinos e femininosNo seu trabalho Alice Dreger observa que a linha entre os gêneros é difusa. Então, por que nós deixamos nossa anatomia determinar o nosso destino?







Documentário interessante da NatGeo:






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Expectativas e Papeis Sociais de Gênero


O que são papéis de gênero?


Tudo aquilo que  é  associado  ao  sexo  biológico  fêmea  ou  macho  em determinada cultura é considerado papel de gênero.  Estes papéis mudam de uma cultura para  outra.  As Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia e Ciência Política), tem mostrado que os papéis de gênero são muito diferentes de um lugar para outro do planeta.

Num livro escrito em 1950 chamado Sexo e  Temperamento,  uma  antropóloga  norte-americana,  Margareth  Mead,  mostrou  que, numa mesma ilha da Nova Guiné, três tribos – os Arapesh, os Mundugumor e os Tchambuli –  atribuíam  papéis  muito  diferentes  para  homens  e  mulheres. Agressividade  e passividade,  por  exemplo,  comportamentos  que,  em  nossa  cultura  ocidental,  estão fortemente  associados,  respectivamente,  a  homens  e  a  mulheres  quase  como  uma determinação  biológica,  entre  estas  tribos  lhes  eram  associados  de  outra  forma.  Num destes  grupos,  homens  e  mulheres  eram  cordiais  e  dóceis;  no  outro  ambos  eram agressivos e violentos; e no terceiro as mulheres eram aguerridas, enquanto os homens eram  mais  passivos  e  caseirosA  partir  deste  estudo,  muitos  outros  foram  feitos  em outros grupos humanos, mostrando que os papéis atribuídos a homens e a mulheres não eram  sempre  os  mesmos.  O  que  acontecia  até  muito  recentemente  era  que  muitos antropólogos olhavam para outras culturas com sua visão ocidental,  contexto em que as mulheres são vistas culturalmente como passivas, o que os impedia de perceber variantes culturais do comportamento de homens e de mulheres.

Mas, além de mudarem de uma cultura para outra, os papéis associados a machos e a fêmeas também mudam no interior de uma mesma cultura. No caso da cultura ocidental, na  qual  vivemos,  podemos  observar  a  enorme  importância  dos  movimentos  sociais  da segunda  metade  do  século  XX  para  a  transformação  de  modelos  esperados  até  então para homens e mulheres – modelos que se consolidaram no Ocidente com o Iluminismo e com a Revolução Francesa. 

Para  nós é importante  localizar  os  papéis esperados de homens e de mulheres na consolidação da Sociedade Moderna, ou seja, no advento do Iluminismo, na industrialização e na configuração do modelo de representação política ocidental que se localiza no projeto revolucionário iluminista. É neste projeto que se separam as esferas de público e privado, às quais são associados os papéis de gênero contra os quais o feminismo tem lutado desde as sufragistas.

Adaptado do artigo "Identidade de Gênero e Sexualidade"  de  Miriam Pillar Grossi.




Violência Contra a Mulher



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